Nº 15 -SETEMBRO 1985

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JORGE C. VIEIRA

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ELOS RÁDIO CLUBE 27 MHZ
Apartado 3266
1307 Lisboa Codex

Periciodade: Bimestral
Tiragem média: 6.000 ex
Preço: 30$00

Os trabalhos assinados são da responsabilidade dos seus autores

 

Editorial

Como temos vindo a prometer, não paramos de dar voltas à imaginação para conseguirmos em cada número que sai, uma melhoria da nossa e vossa Revista ELOS 27 MHz. Se ainda não atingimos todos os objectivos a que nos propusemos, pelo menos tem0s a consciência tranquila de algo de positivo já ter realizado, demonstrando as nossas intenções e o espírito que nos anima dentro da Imprensa C.B. Portuguesa. A última edição, cujo tema de capa foi dedicado à preservação das florestas, teve um impacto extraordinário, principalmente junto das Corporações de Bombeiros que de norte a sul do País se aos dirigiram louvando a chamada de atenção que fizemos para o assunto. Desta maneira sentimos que vale a pena o nosso esforço, ao sabermos que somos lidos e compreendidos no nosso modesto trabalho, recebendo o incentivo necessário para continuarmos a dar corpo a uma pu1icação despretensiosa mas que desejamos séria q de alguma utilidade.
Neste número novas secções se iniciam e outras estão na “forja”. Esperamos que ao diversificarmos os temas possamos continuar a aumentar cada vez mais o número de leitores, pois estendemos que
os utentes da Banda do Cidadão para além das antenas, dos rádios, dos transístores ou dos micros, têm também outros motivos de interesse recreativos e culturais. O desencanto a que muitas vezes chegamos por continuarmos a assistir ao mau aproveitamento desta excelente e privilegiada frequência, leva-nos a concluir infelizmente que as entidades oficiais (concretamente a D.S.R. - Direcção dos Serviços Radioeléctricos) deveriam tentar apoiar os Clubes e Federações que existem devidamente legalizados e que pugnam pela boa utilização da CB.
Continuamos a não compreender porque pagamos uma taxa (imposto) para um organismo que não nos defende nem representa. Quando se legalizou a banda dos 27 MHz em 1978, desde logo
houve a preocupação de a considerar um serviço radiotelefónico aplicando a taxa correspondente como se de um mero telefone se tratasse.
Desde aí para cá, houve o proliferar de estações é uma evolução substancial na forma de operar, podendo-se considerar hoje em dia que os 11 metros são um importante serviço de apoio à Comunidade. O senhor Secretário de Estado das Comunicações, Dr. Raúl Junqueira, que de uma forma tão significativa tem acompanhado e incentivado todo o sector, certamente desconhece ainda todas as potencialidades da Banda do Cidadão, motivo pelo qual continuamos tal como há sete anos atrás. Esperamos muito em breve poder apresentar-lhe pessoalmente as nossas preocupações e o nosso desejo de que a CB em Portugal seja finalmente tratada e considerada da mesma maneira que outras formas de comunicação, com uma estrutura responsável de um meio não só social como também de utilidade para o País.

Jorge C. Vieira

 

NOTA DE PORTUGAL RÁDIO CB

Setembro de 1985 - Quando a Banda do Cidadão, em Portugal, era respeitada, defendida e fomentada. Alguém se lembra desses tempos?

Iremos falar, durante algum tempo, desses tempos passados, porque recordar é viver. Além do mais, há exemplos que devem ser seguidos e nunca esquecidos, para que os mais novos tenham um conhecimento efectivo dos motivos que faziam mover e aglutinar vontades de muitos Homens, que deram o seu melhor à causa do CB. Tempos em que o canal 34 LSB era um frequência bem frequentada onde se fomentava a amizade a nível internacional.
Não existia a imundice que hoje, infelizmente, abunda do dito cujo, acompanhado do canal 22 e 31, para não falar de outros.
Sinais dos tempos...e da libertinagem.

Sem nenhum sentimento de saudosismo lamuriante e redutor, mas com um pouco de nostalgia, prestamos uma homenagem sentida aqueles Macanudos que lutaram com empenho e dignidade para que o seu passatempo de eleição fosse uma escola de exemplos para os mais novos e uma dádiva à sociedade.
Alguns deste Homens já nos deixaram, outros afastaram-se amargurados com o descalabro para onde muitos atiraram a Banda, e outros (muito poucos) ainda escutam alguma coisa, quando os 40 metros ou a SSTV deixa algum tempo livre.

Iremos publicar alguns excertos de artigos que faziam parte desta publicação oficial do Elos Clube CB 27 MHZ, e de outras também, para que os que tiverem a paciência de os ler, se aperceba que passados 20 anos, os conteúdos continuam actuais.
O respeito, a sã e desinteressada convivência entre todos, a busca da qualidade e cultura, a elevação de conceitos e o amor à causa cebeísta eram alguns dos pilares que alicerçavam a alma destes Homens que se transformaram num exemplo para nós todos, tanto como cebeístas e como pessoas.
Tivemos a honra e o privilégio de conviver com alguns deles e bebermos da mesma fonte.
Quem, conheça a actual Banda do Cidadão, nunca poderá imaginar que houve tempos em que a mesma era apontada como um exemplo a seguir...
Hoje, algumas áreas da Banda do Cidadão, que foram conspurcadas por uma cáfila de renegados oportunistas e nojentos alcoólicos, atiraram o todo desta faixa de frequência para a vergonha e descrença, motivando a desertificação da Banda.
Só mesmo, meia dúzia de carolas e resistentes lutadores teimam em remar contra a maré.
Já nos confrontaram, por diversas vezes, com a pergunta se valia a pena o esforço, ao que respondemos, que continuaremos cá, de pedra e cal porque existe uma reserva moral e uma vontade de lutar contra os “infiéis”. Conseguimos criar “anticorpos” que nos permitem uma quase perfeita adaptação às novas formas de comunicação e às “realidades” dos 27 MHz.

Desistir? Nunca!!!

Ao lembrar e trazer para a ribalta o que se passou há 20, ou 27 anos atrás, dá-nos ânimo para continuar a acreditar que o “não vale a pena”, “porquê lutar?”, “é uma causa perdida...”, etc., são termos de quem não fazem parte da nossa gramática.
Só os cobardes, oportunistas, defensores do facilitismo e fazedores de mitos podem pensar assim.

Luís Forra
28-02-2005

 

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